Uma visão além da perspectiva linear do cotidiano que nos cerca. Uma nova forma de ser, ver e perceber a arte.
O Quinto Olho é a lente e o sentido que registra nossas quimeras, viagens e devaneios.
Quando cheguei, era quase meia noite. Um arrepio e uma dor em cruz atingiram meu peito. A rua estava completamente deserta, apenas um cão transitava sob aquele luar.
O dito cujo, aproximou-se de mim, rodeou-me lentamente. Fitou-me dos pés à cabeça. Era um cão, assim como eu, de rua.
Daquela noite em diante, passei a segui-lo. Descobri novas ruas, novos becos, novas formas de ver e sentir a cidade em que vivi grande parte de minha vida.
Há em As Melhores Coisas do Mundo, terceiro longa de Laís Bodanzky, vários aspectos que poderão suscitar uma agradável sensação de nostalgia em todos aqueles que já passaram da fase quase adulta da vida conhecida como adolescência. Ao mesmo tampo em que essa irresistível nostalgia pode ser sentida o longa possui também fortes características da contemporaneidade, tanto em sua forma quanto em seu contexto, ressaltando a importância que os novos meios de comunicação possuem, sobretudo nos relacionamentos dos adolescentes. O filme aborda essa temática de maneira peculiar, o que lhe confere maior verossimilhança.
Os dilemas tratados ganham uma profundidade um tanto quanto interessante, a turbulência da adolescência é vista e “vivida” de forma intensa. Vemos os problemas embaralhando a mente dos personagens e percebemos ali uma visão particular do mundo sendo criada: eles se arriscam, se divertem, experimentam, bebem, choram, sentem medo, se dão mal, buscam canos de escape e... se arriscam novamente, numa constante tentativa de alívio imediato.
• As melhores coisas do mundo (2010)
• Chega de saudade (2008)
• Bicho de sete cabeças (2001)
• Cine Mambembe, o cinema descobre o Brasil (1999)
• Cartão vermelho (1994)