quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Insolação, de Felipe Hirsch e Daniela Thomas

Por Cristian Rangel

De todos os filmes vistos na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes, o que mais me indagou, e continua a me instigar, é sem dúvida o longa-metragem Insolação, de Felipe Hirsch e Daniela Thomas, que em um primeiro momento me pareceu ser um tanto quanto complexo e meio vago, talvez por ser um filme de grande experimentação, que deveras requer um olhar mais calmo, sem tentativas de conclusões precipitadas. Porém, me deixou muito incucado, mas com o tempo começei a refletir sobre ele e seu potencial discursivo, e o filme se revelou como um angustiante retrato do amor contemporaneo, de seus encontros e desencontros.

Em uma cidade completamente vazia, onde personagens se expõe a um forte calor enquanto, não por acaso, estão a procura de amor; contudo a Insolação aumenta na medida em que os personagens se engendram em suas buscas, mas o amor se faz sempre intangivel, quase que platônico. O filme se apresenta com uma impressão de interação com o espectador, logo no início um personagem nos adverte para não comer comida barulhenta durante a sessão, depois sabemos que se trata de um louco, que discursa sozinho, e que lamenta por sua longa tentativa de amar.

Nesse deserto há chuva, mas não simboliza como contraponto a Insolação, a chuva acentua a dor dos personagens perdidos naquele vazio. O amor é tratado de tal forma, que parece querer nos confronta de frente, propondo uma intensa reflexão sobre os devaneios por loucos sentimentos, como os que estão, de alguma forma, na tela.

Trailer:

2 comentários:

Andrezza Zurc disse...

Gente quanta poesia na palavra desse menino, nossa.
Posso printar a tela e falar "olha é meu amigo esse cara aí". rsrsrs
brincadeira a parte, teu blog está muito bom.Parabéns (vc merece uma estrelinha na testa :p)
abraços

2 Aspirantes disse...

Desse jeito fico até envergonhado!!!rsrs
Mas me empouguei bastante foi com a poesia das imagens de Insolação.
Obrigado pela estrelinha na testa!
Abraço!